Cerâmica de Revestimento

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Azulejos Pombalinos

A cerâmica de revestimento é uma mistura de argila e outras matérias-primas inorgânicas, queimadas em altas temperaturas, utilizada em larga escala pela arquitetura. O uso teve início com as civilizações do Oriente e na Ásia .
Na arquitetura européia, a cerâmica de revestimento se fez presente desde que os primeiros edifícios de tijolo ou pedra foram erguidos. O seu uso na arquitetura foi dirigido tanto a um apelo decorativo, quanto prático. O azulejo torna as residências mais frescas e reduz os custos de conservação e manutenção, já que é refratário à ação do sol e impede a corrosão das paredes pela umidade.

A partir de 1745, os azulejos refletiram as mudanças de gosto na sociedade portuguesa, utilizando-se das formas do rococó, orgânicas e assimétricas, com folhagens como molduras nos painéis de azulejo. Primeiramente os azulejos era pintados com azul-forte que contrasta com o azul claro da imagem central, depois, em diálogo com as cenas centrais, utiliza-se apenas o azul ou roxo.

Para serviço de uma sociedade de corte, executaram composições de ornatos, mantendo-se paineis figurativos religiosos para igrejas, conventos e capelas. Desenvolveu-se uma imensa produção de cenas profanas, galantes, bucólicas e chinoiseries, baseadas em gravuras de Watteau e de Pillement. Representações de pessoas à escala natural, colocadas em escadarias e acessos aos edifícios, que davam as boas-vindas ou guardavam o lugar, indicando também o percurso ao visitante.

O terremoto que abalou Lisboa em 1755 exigiu um imenso esforço para a reconstrução rápida e qualificada da cidade, feita por Marquês de Pombal, primeiro ministro de D. José I (1714-1777).
A reconstrução da capital contribuiu para o retomar da tradição de fabricação de azulejo de padrão, praticamente esquecido durante a primeira metade do século XVIII.
Para decoração dos novos espaços habitacionais era necessário encontrar uma solução eficaz e de baixo custo, razão pela qual se concebeu uma enorme série de padrões, conhecidos como pombalinos.

As composições dos azulejos foram produzidas em enorme quantidade e aplicadas nos novos palácios e edifícios em Lisboa então reconstruída, cobrindo as zonas mais baixas das paredes interiores, enquanto na parte superior eram geralmente decoradas com frescos.
A memória do terremoto levou também à grande produção de registos com imagens de santos que, colocados nas fachadas dos edifícios, propiciavam a proteção divina.







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